Bem humorado e irreverente, Tom me convoca a uma viagem ao passado de Alagoinhas, cidade onde nasci e foi um grande palco na adolescência do escritor.
O livro me faz recordar as escolas dos anos sessenta e setenta, o início do calçamento a paralelepípedo nas principais artérias, do Cine Teatro Popular que exibia seus filmes ao avesso para a turma da geral atrás da tela, das figuras exóticas que perambulavam nas nossas ruas, dos grandes artistas nacionais que pisaram o palco do Cine Azi, que virou igreja evangélica, do Cine Alagoinhas, que teve o mesmo destino, do primeiro show da carreira do Agnaldo Timóteo, do hotel do Zica Torres, da chegada do primeiro bispo da igreja católica, do colégio Santíssimo Sacramento, onde “homem não entrava”, do desfile pelas ruas - sem segurança ostensiva - do presidente Castelo Branco, da presença do líder Ulysses Guimarães na praça da Bandeira, da inauguração da praça Kennedy, do jornalista Judélio Carmo que virou prefeito por mais de uma vez, dos clubes sociais, das orquestras e conjuntos musicais que embalavam nossos sonhos joviais, das viagens de trem, dos clubes amadores de futebol, do surgimento do Atlético e dos ídolos Dendê, Silva e Merica, das pernas tortas do Garrincha vestindo a camisa do carcará, dos serviços de alto-falantes, da Rádio Emissora e dos locutores, do Alagoinhas Jornal, dos clubes sociais, dentre muitos outros fatos e acontecimentos saudosistas.
Tom relembra do “poderoso” sargento Couto, do Tiro de Guerra, a quem conheci, embora não tenha servido sob as suas ordens porque meu tempo foi um pouco mais atrás, com tenente Clovis e sargento Lima, tão militares quanto.
Na sua vida laboral, o autor revive os armazéns do tio Edgard com quem trabalhou, em relação bem amigável de tio e sobrinho.
Dos anos de chumbo, destaco o depoimento de Ires Muller e sua trajetória acadêmica, da formação de movimentos culturais, artísticos e educativos, dos festejos natalinos da praça Rui Barbosa, onde fui locutor.
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